terça-feira, 2 de maio de 2017

POR RAY SANTOS: CAMPANHA PERIGOS DO ÁLCOOL


Em pequena quantidade, o álcool eleva a produção de dopamina, neurotransmissor que proporciona uma sensação de bem-estar.
Muitas pessoas continuam bebendo para prolongar essa sensação. À medida que a quantidade de álcool no organismo vai aumentando, outro neurotransmissor, chamado gaba, que induz ao sono, começa a ser liberado no cérebro. Atingindo esse estágio, provavelmente a ressaca no dia seguinte será inevitável.
Além da dor de cabeça, o arrependimento por ter excedido na bebida também faz parte desse quadro. Assim, por que é tão fácil ultrapassar os limites e repetir o mesmo erro? Com certeza a pessoa desconhece os seus limites, deixando-se seduzir pela euforia, pelo relaxamento e pelo alívio da ansiedade provocados pelo efeito do álcool no organismo na primeira etapa.
O fígado metaboliza o álcool e leva cerca de uma hora para se livrar de cada dose de bebida alcoólica. Uma dose equivale a uma lata de cerveja, a uma taça de vinho ou a dois dedos de um copo de uísque. Ultrapassando esse limite por hora, há um acúmulo no sangue de acetaldeído, substância derivada do álcool que pode provocar dor de cabeça, náuseas e tonturas.
Essa substância permanece no sangue por várias horas, mesmo após todo o álcool ter sido eliminado. Outra causa da ressaca é que o fígado aumenta a produção de enzimas para absorver o álcool e o sistema nervoso central fica superestimulado. Ao cessar a ingestão da bebida, o organismo continua trabalhando em excesso.
Percebendo a falta de álcool, freia repentinamente seu ritmo, causando lentidão de raciocínio e ansiedade, além de contribuir para os outros sintomas já descritos. É importante saber que poucos minutos depois de um drinque, a concentração de álcool no cérebro é praticamente igual à da corrente sanguínea.
Ao entrar no sistema circulatório, o álcool dá origem a um processo químico que libera energia. Cada grama de álcool produz 7,1 Kcal, valor expressivo diante de 4 Kcal por grama de açúcar e de 8 Kcal por grama de gordura. Por esse motivo é recomendável evitar bebidas alcoólicas para quem deseja emagrecer. O usuário crônico freqüentemente desenvolve deficiências nutricionais de proteína e vitaminas do complexo B, tornando-se um obeso desnutrido.
O ambiente exerce influência preponderante para o desenvolvimento do alcoolismo, porém alguns fatores genéticos aumentam o risco de contrair a doença. Filhos de pais alcoólatras parecem ter maior probabilidade de tornarem-se dependentes do álcool. Os efeitos do álcool são mais intensos nas mulheres, as quais atingem o estado de embriaguez antes dos homens.
Pesquisas mostram que a maioria das mulheres bebe como forma de aliviar os sintomas associados a depressão. Durante a gravidez, o consumo de álcool pode provocar danos ao feto, desde o atraso de seu desenvolvimento até deficiências comportamentais e cognitivas.
É fundamental que o alcoólatra entenda o problema como uma doença crônica que deve ser tratada. Poucos reconhecem o próprio consumo abusivo de bebida. Esse reconhecimento é um passo importante para livrar-se da dependência. Para o tratamento ter sucesso é indispensável a participação de familiares e amigos próximos. O consumo moderado de bebida alcoólica pode trazer alguns benefícios para a saúde, mas a margem de segurança entre a quantidade benéfica e a prejudicial é estreita e nem sempre fácil de delimitar. Por isso, ao beber todo cuidado é pouco!

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