Venda da fêmea já é proibida. Agora, o macho também terá de sair dos cardápios de restaurantes
Foto: Alexandre Belém/Acervo JC Imagem
JC Online
A partir do
dia 30 de abril, bares e restaurantes não poderão vender guaiamum macho.
A proibição está nas Portarias 445/2014 e 395/2016 do Ministério do
Meio Ambiente (MMA), por causa do nível crítico de ameaça de extinção.
Com isso, a iguaria sairá dos cardápios definitivamente.
Atualmente,
apenas os empreendimentos que declararam estoque até 6 de março do ano
passado estão comercializando. Desde o dia 1º de março deste ano, o MMA
não admite mais a captura, o desembarque e a comercialização.
A venda da
fêmea é vedada há mais de oito anos, com o objetivo de garantir a
preservação do animal. Após a publicação da portaria 445, em 2014, a
Justiça suspendeu a implantação da norma duas vezes. Em 2016, uma nova
portaria (395/2016) trouxe os prazos finais, após a disputa judicial.
Com a
proximidade da data final, donos de bares e restaurantes pensam em
estratégias para o futuro. O Guaiamum Gigante costumava comprar até 5
mil animais por mês para atender à demanda. Hoje, possui estoque com
cerca de 200.
“Desde o ano
passado, temos trabalhado em cima do caranguejo. Antes, costumávamos
comprar 1.200 por semana. Hoje, são 2 mil. Ficamos atento ao período de
defeso e trabalhamos de acordo com as normas do Ibama”, comenta o
empresário da rede Cristiano Falcão. O guaiamum, no restaurante, custa
entre R$ 8 e R$ 20. Já o caranguejo sai por R$ 1,99 em algumas
promoções. O nome da rede continuará o mesmo, por causa da tradição.
O dono do Ilha
do Guaiamum, em Boa Viagem, José Inácio, também pensa em investir no
caranguejo. “Vamos respeitar a lei. Penso em apostar no caranguejo.
Sobre o nome do restaurante, pensarei nisso depois do dia 30 de abril”,
diz.
A partir dessa
data, o Insttuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) vai intensificar as fiscalizações. Quem for flagrado
com guaiamum após o dia 30 de abril deverá pagar multa no valor de R$ 5
mil por indivíduo. Se for comprovada a venda, o valor passa a ser de R$
10 mil.
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